Falar sobre Alzheimer sempre mexe comigo. Ao longo dos anos, vi como pode ser doloroso lidar com as mudanças em quem amamos – sejam pais, avós ou amigos próximos. As transformações são discretas no começo, mas mexem não só com a memória, mas também com a rotina e com o coração de todas as pessoas ao redor.
Conversando com famílias, percebi que conhecer o básico sobre a doença pode ser o fio de esperança que ajuda a enfrentar o desconhecido. Por isso, neste artigo, trago os 7 principais sinais iniciais do Alzheimer, cuidados fundamentais para o bem-estar do idoso e reflexões sobre o momento certo de buscar ajuda.
Quero mostrar também que ninguém está sozinho. Existem profissionais, serviços e ferramentas – como o papel do cuidador dedicado recomendado pela Levens – que ajudam muito nesse caminho. Em cada etapa, o cuidado ganha diferentes tons, mas sempre exige atenção, paciência e carinho.
A informação é um dos maiores aliados no cuidado ao idoso.
Entendendo o Alzheimer na vida real
O Alzheimer é muito mais que um simples “esquecimento da idade”. Segundo o Ministério da Saúde, ele é o tipo mais comum de demência, afetando principalmente pessoas com 60 anos ou mais. Estima-se hoje cerca de 1,8 milhão de brasileiros vivendo com demência, podendo chegar a 5,7 milhões em 2050, como mostram o Relatório Nacional sobre Demência e análise da USP.
O Alzheimer é uma doença progressiva que provoca dificuldades de memória, linguagem, raciocínio, orientação e afeta comportamentos do dia a dia. São perdas graduais, que começam de mansinho, mas podem afetar toda dinâmica familiar.
Me chamou atenção, em muitos relatos, como as famílias se sentem perdidas. Aceitar que aquela confusão com datas ou contas pode não ser apenas “coisa de idoso” dói – mas estar atento e buscar orientação cedo é a melhor forma de garantir dignidade e conforto.
7 sinais iniciais do Alzheimer e como identificá-los
Ninguém conhece tão bem os pais, avós e cônjuges quanto você. Por isso, pequenas mudanças no dia a dia podem acender o sinal de alerta. Abaixo, listo os 7 sinais mais frequentes que observei e que constam em recomendações da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
- Esquecimento de fatos recentes Um dos primeiros sintomas que costumo ouvir é: “Ele(a) esqueceu o que acabou de comer” ou “pergunta a mesma coisa várias vezes”. Episódios isolados acontecem com todo mundo, mas, quando são diários e cada vez mais frequentes, é motivo de atenção.
- Dificuldade para planejar ou resolver problemas simples Algo fácil, como seguir uma receita ou pagar contas do mês, se torna confuso. O idoso pode se atrapalhar ao calcular troco ou esquecer etapas do preparo de um alimento básico.
- Confusão com tempo e espaço O idoso pode se perder no próprio bairro, não reconhecer onde está ou esquecer em que dia da semana está vivendo. Muitas vezes, ouvimos: “Ele(a) saiu para ir ao mercado e não voltou, foi encontrado em outro bairro”.
- Dificuldade para expressar ideias ou compreender conversas A palavra foge, frases ficam incompletas, histórias se embaralham. Percebo parentes dizendo que a pessoa parece menos comunicativa ou troca nomes de objetos facilmente.
- Troca de objetos de lugar ou perda frequente de itens Quem nunca viu um chinelo na geladeira? Ou as chaves do carro no cesto de roupas? Isso pode ser cômico num primeiro momento, mas, quando há frequência, sinaliza alteração na organização mental.
- Mudanças de humor ou personalidade O Alzheimer pode trazer irritação, desconfiança, isolamento ou agressividade até mesmo em pessoas naturalmente tranquilas. Esse é um dos pontos que mais abala a família, pois o “jeitinho” de quem amamos parece ter mudado sem explicação.
- Dificuldade para realizar atividades rotineiras Tomar banho sozinho, cozinhar ou acompanhar um programa de televisão podem virar enormes obstáculos. A autonomia vai sendo perdida, aos poucos, e quando notamos já há um risco ao bem-estar físico e emocional.
Reconhecer estes sinais cedo é o primeiro passo para buscar diagnóstico e tratamento adequado, proporcionando maior qualidade de vida para o idoso.
Veja um relato real e inspirador sobre os primeiros passos do cuidado domiciliar em nossa seção dedicada à experiência de familiares.
Como cada sinal pode impactar a rotina da família?
Já vi famílias ficarem ansiosas, pensando: “Será que estou exagerando?”, “É só esquecimento ou pode ser algo pior?”. Entendo. Ver essas pequenas mudanças pode ser angustiante, mexendo com sentimentos de culpa, medo e insegurança.
O impacto recai não só sobre o idoso, mas também sobre quem cuida e sobre a rotina do lar. Os finais de semana mudam. A dinâmica do café da manhã muda. A preocupação se instala. O planejamento das férias, os encontros e até o orçamento exigem revisão.
- Filhos passam a checar a geladeira antes de ir trabalhar.
- Visitas rápidas à farmácia se tornam monitoradas.
- Conversas familiares giram em torno de “quais cuidados precisamos reforçar?”.
Essa é a hora em que o apoio da família e um ambiente de diálogo fazem toda a diferença.
Nunca subestime o poder de sentar ao lado, segurar a mão e ouvir.
Por que manter a calma e ter paciência é tão importante?
Eu já presenciei situações em que o idoso recebia diversas cobranças. “Você já esqueceu de novo?”, “Por que fez isso?”. E percebi como isso aumentava o estresse de todos. Manter a calma, praticar a paciência e adotar um tom gentil são atitudes que protegem o bem-estar do idoso e contribuem para que ele se sinta seguro mesmo diante das mudanças.
A pessoa com Alzheimer sente, muitas vezes, a própria limitação, o que pode gerar insegurança e tristeza. Por isso, pequenas gentilezas – como explicar devagar, evitar correções bruscas ou criar uma rotina previsível – ajudam muito.
O papel do cuidador e dos profissionais especializados
Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, o acompanhamento de profissionais de saúde é indispensável no tratamento do Alzheimer. O cuidador, seja um familiar ou alguém treinado, desempenha função estratégica no estímulo cognitivo, supervisão das atividades da vida diária e monitoramento de sintomas.
A cada estágio da doença, as necessidades mudam. A Levens, por exemplo, acredita no atendimento individualizado, reunindo profissionais qualificados para criar um programa multidisciplinar que pode incluir:
- Estimulação cognitiva com jogos e conversas guiadas.
- Supervisão do uso de medicamentos.
- Organização da rotina entre autocuidado, alimentação e descanso.
- Acompanhamento a consultas médicas e exames.
- Suporte emocional tanto ao paciente quanto à família.
Em muitos casos, após o diagnóstico, esse suporte contínuo é uma verdadeira rede de proteção.

Quando buscar ajuda médica?
Sempre falo: se você notou um, dois ou mais dos sinais acima e eles estão persistindo, a orientação é procurar atendimento médico especializado. O diagnóstico de Alzheimer é feito por exclusão – ou seja, é preciso descartar outras causas de perda de memória e alterações comportamentais.
O acompanhamento com neurologista, geriatra ou psiquiatra é essencial desde os primeiros sintomas para iniciar o tratamento precoce e realizar os ajustes necessários na rotina do paciente.
Não espere a situação se agravar para buscar orientação. Quanto antes, melhor. Isso vale tanto para idosos quanto para familiares e cuidadores.
Baixe agora: infográfico gratuito “7 sinais de Alzheimer que facilitam um tratamento precoce”
Eu acredito profundamente no poder da informação. Por isso, preparei um infográfico simples, direto e didático, reunindo os 7 sinais de Alzheimer que facilitam um tratamento precoce. Você pode baixar gratuitamente para imprimir e ter sempre à mão ou compartilhar em grupos de família.
Esse material pode ser o primeiro passo para o conhecimento e para o cuidado com sua própria saúde e de pessoas próximas.
Informação acessível é uma maneira real de transformar cuidado em qualidade de vida.
Em que estágio o cuidado passa a ser contínuo?
O Alzheimer é progressivo. Em estágios avançados, os idosos passam a depender gradativamente de cuidados contínuos, seja para higiene, alimentação, locomoção ou até mesmo organização do ambiente doméstico. Com o passar do tempo, atividades simples tornam-se impossíveis de realizar sem supervisão.
Por esse motivo, soluções especializadas como a Senior Concierge da Levens desenvolvem programas personalizados para cada fase, protegendo a dignidade e a autonomia do idoso tanto quanto possível.
Temas associados fundamentais no cuidado ao idoso com Alzheimer
O Alzheimer nunca atua sozinho. O cuidado passa por diversas esferas e, ao longo da minha experiência, notei como diferentes temas ganham protagonismo em diferentes momentos. Para aprofundar, recomendo a leitura sobre assuntos como:
- Envelhecimento ativo e saudável
- Bem-estar na terceira idade
- Atividades físicas e estímulos cognitivos
- Acompanhamento hospitalar e pós-operatório
- Checagem e adaptação do lar para evitar acidentes
- Depressão e saúde mental em idosos
- Prevenção à violência contra idosos
- Terapias multidisciplinares (fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, etc.)
O bem-estar do idoso depende de um olhar atento, multifacetado e, principalmente, contínuo.

O passo a passo para cuidar melhor de quem você ama
Refletindo sobre minha trajetória profissional e convivência com famílias, eu costumo orientar um passo a passo simples, útil para quem acabou de perceber os sinais do Alzheimer em alguém próximo:
- Observe com atenção, anotando mudanças diárias no comportamento e na memória.
- Marque uma consulta com um profissional de saúde (geriatra, neurologista). Não espere piorar.
- Converse abertamente com a família e decida, juntos, como organizar a rotina de cuidados.
- Procure apoio psicológico para o próprio idoso e para cuidadores, se necessário.
- Avalie a necessidade de adaptar a casa para mais segurança: iluminação, tapetes, corrimãos.
- Busque serviços como o Senior Concierge da Levens, que reúne cuidadores qualificados, caso sinta que o cuidado doméstico demanda apoio extra.
- Esteja sempre aberto ao diálogo, coragem e mais informação. Isso nunca é demais.
Ser cuidador é também aprender a cuidar de si, equilibrando autocuidado e empatia.
Conclusão
Acompanhar os primeiros sinais do Alzheimer em alguém que amamos pode ser assustador e desafiador. No entanto, percebi que, quando temos informação, um olhar atento e apoio de profissionais ou de quem já passou por isso, o caminho se torna mais leve.
O papel da Levens é justamente servir de ponte entre famílias, idosos e profissionais capacitados, ajudando a desenhar estratégias personalizadas de bem-estar, conforto e segurança.
Não espere sentir-se sobrecarregado para pedir ajuda. Se ficou com dúvidas ou percebeu sinais de alerta em alguém próximo, converse com um consultor da Levens ou faça download do infográfico gratuito. Nossa equipe está pronta para responder perguntas, orientar o melhor caminho e, se você desejar, apresentar um plano de cuidados multidisciplinar sob medida.
Cuidar é um ato de presença e entrega diária. Conte conosco.
Perguntas frequentes
Quais são os primeiros sinais de Alzheimer?
Os primeiros sinais costumam envolver esquecimento de fatos recentes, dificuldade para planejar tarefas simples, confusão com datas e lugares, mudança no humor, perda de objetos, dificuldades com palavras e perda de autonomia na realização de tarefas diárias. Esses sintomas, principalmente se ocorrem juntos ou com frequência, podem indicar o momento certo de buscar uma avaliação médica.
Como identificar sintomas iniciais de Alzheimer?
Observar mudanças no padrão de comportamento, memória e comunicação é o caminho mais indicado. Fique atento a repetições de perguntas, confusão ao lidar com dinheiro, esquecimento de compromissos e troca de objetos de lugar, pois essas situações sinalizam alteração cognitiva relevante. Registrar essas alterações e compartilhá-las com um profissional de saúde facilita o diagnóstico.
Quando devo procurar um médico?
Ao notar que esquecimentos e mudanças comportamentais são persistentes, afetam a rotina e preocupam familiares, é hora de procurar um geriatra, neurologista ou psiquiatra. O diagnóstico precoce e o tratamento logo no início garantem mais qualidade de vida, autonomia e conforto ao idoso e sua família.
Quais cuidados ter com pacientes de Alzheimer?
O cuidado deve envolver estímulos cognitivos, atenção à alimentação, ambiente seguro, respeito à autonomia e suporte emocional. Cuidadores, sejam familiares ou profissionais, precisam de suporte, orientação e, se necessário, treinamento específico para lidar com desafios do dia a dia da doença. Serviços especializados, como os encontrados na Levens, são aliados importantes nessa jornada.
Existe tratamento para os sintomas iniciais?
Sim. Apesar de não curar o Alzheimer, o tratamento pode retardar a evolução dos sintomas, proporcionar mais conforto e preservar habilidades cognitivas por mais tempo. Medicamentos, terapias ocupacionais e acompanhamento com equipe multidisciplinar fazem parte desse cuidado, conforme orientações atualizadas pelas principais referências da geriatria.














